domingo, 24 de abril de 2011

AQUARIANO SOBRE OS INFERNOS II

Pelas nossas mãos
passam as espadas e as suas dores
espinhos e lágrimas
escorrem por entre os dedos
e em cada olhar se desenha uma rosa
sem pétalas
e sem perfume de flores

Dentre todas as montanhas
só a do sermão se eternizou
muitos homens viveram
sem medir o limite
e nem todos
foram para as escrituras

Mas a minha passagem
é longa
e o infinito
me leva muito além

Sou mais rígido que a própria rocha
sobrevivo a tempestade dos tempos
embora tragando o fumo
cuspido pelos velhos vulcões
cinzas que viraram pó
coisas que não tem nada haver

Suspenso no ar
contemplo
e vejo as núvens passando
sobre a muralha chinesa
como se elas carregassem
do meu próprio estômago
todos os dragões
que me cuspiram fôgo

E lá se foi
a metade dos meus propósitos
Uns chegam e saem
trazendo e levando
diversas informações
que só a grande amizade
é capaz de recambiá-las

Agradeço ao Senhor dos exércitos
pela minha república
e a liberdade do meu espaço
sinto-me senhor dos meus erros
e escravo ou servo Dele mesmo
mas sempre esperando
que o primeiro Senhor
faça-me reverter as inocências
porque ser aquariano
é ser lícito

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